quarta-feira, 25 de março de 2020

Gripe, Gripinha ou Gripão?


O Presidente Bolsonaro, no pronunciamento de ontem, usou algumas expressões que para muitos foram inadequadas. Inserindo as "expressões" no contexto: "gripe", "gripinha" ou gripão, temos a seguinte equação: Em Joinville nos primeiros 6 meses do ano de 2019 (o Ministério ainda não disponibilizou os números do segundo semestre) tivemos um total de 156 óbitos notificados por Influenza/Pneumonia. Desse total 37 foram óbitos acima de 70 anos. Salvo juízo patológico, Influenza é tão ou mais contagiosa do que o Corona (pelo menos em letalidade).
O vírus influenza , responsável pela gripe H1N1, matou cerca de duas pessoas por dia no Brasil em 2019. Dos 3.430 casos registrados, cerca de 23% resultou em falecimento (796 mortes). Idosos, crianças e pessoas com doenças autoimunes foram as principais vítimas, só em Joinville foram 156 casos.
Sem contar que a H1N1, conhecida também como gripe suína, continua presente no Brasil. Se não tratada, ela pode resultar em pneumonia, miocardite, insuficiência renal, falência múltipla de órgãos e óbito.
Então, diante dos números do Corona Chinês, como classifica-la? Por que não falamos em medidas sanitárias contra o Influenza, esta sim um GRIPÃO. Como disse o Presidente dos Estados Unidos, a “cura não pode gerar mais estragos do que a doença”.
Vamos perguntar ao dono da lojinha do bairro, falar com os taxistas, com os empresários, com as pessoas que estão perdendo seus empregos mais imediatos: as empregadas domésticas, autônomos e outras funções isoladas que já perderam seus empregos, por conta de uma histeria coletiva que não reduz e nem aumenta a letalidade do Corona Chinês.
Ao Contrário, penso que o Presidente Bolsonaro falou baseado em números. Já o Ministro da Saúde, este sim, não adianta negar, errou quando usou a expressão que em Abril, o Sistema de Saúde irá entrar em colapso! É esse tipo de frase que não contribui. Eu já vivi a experiencia de estar no meio do furacão. O surto de Meningite a 20 anos atrás em Corupá, as epidemias de Dengue em 2013 no Oeste Baiano. O medo que me movia entre as pessoas, nestes lugares, me fez racionalizar o tema. Quando perguntei a um patologista da época como eu deveria me proteger, ele respondeu rápido: “garanta a sua imunidade, não espere que o Governo vá dar “banho” em você. Não espere que o Governo mantenha sua casa higienizada, e isto inclui os cuidados básicos com seu corpo, isto, é com você!
O que se vê no momento é uma “epidemia emocional”. As pessoas perderam o senso do juízo crítico e estão sendo conduzidas, sem perceberem a um julgamento de condutas políticas. Gestores Estaduais (SC, SP, RJ e Nordeste) transformaram o tema numa ótima oportunidade para fazer política. A rede Globo, que desavergonhamente faz “pesquisa de opinião”, ao mesmo tempo em que alardeia o pânico. É por isso que concordo com o Bolsonaro, afinal estamos no meio de uma epidemia patológica mesmo? Ou ela é o argumento que alguns precisavam para fazer o confronto político?
Da minha parte tomei uma decisão, o melhor jeito de não ser incluído na hipnose (histeria) é me fazer de surdo nos ouvidos e cegos nos meus olhos. Assim, a exemplo de tantas outras autoridades do ramo, também, graças a deus consigo enxergar o que de fato está ocorrendo. Só para lembrar o que disse quando iniciei este texto: Em Joinville em 2019 tivemos 156 óbitos  por Influenza, só no primeiro semestre – se repetir no segundo, vamos ter 1 óbito por dia – baita gripão! Estamos preocupados?
Não venham me dizer que não estou preocupado com o Corona Chinês! Claro que precisamos nos proteger, contra o Corona, contra o H1N1 e tantos outros organismos que podem nos matar. Mas por favor não misturem ações sanitárias como muitas que já foram feitas neste país, com confrontos políticos!
Norival Silva
Consultor

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