sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

SAUDE SUPLEMENTAR _ Rede Própria ou Credenciada - Norival Silva

 

Na agenda de discussões sobre gestão de redes assistenciais a pergunta mais frequente que recebo é: Qual deve ser o tamanho da Rede, quantos prestadores por tipo de serviço? Qual o modelo assistencial mais adequado: Próprio ou Credenciado? 

Quase todas as operadoras que saíram credenciando pela quantidade, como se isso fosse uma “qualidade”, ou já estão fora do mercado, pelo alto nível de sinistro ou estão na iminência de sair dele pela mesma razão: alta sinistralidade.

Afinal, a Rede Prestadora entrega para o consumidor tudo o que a Operadora de Planos de Saúde promete como serviços oferecidos na cobertura da recuperação da saude e relativo custo assistencial.

Aqui é importante refletir sobre uma discussão muito presente no mercado: afinal qual é o melhor modelo de organização de Rede: a) Propriedade da Operadora? Credenciamento de Prestadores Privados?

Para esclarecer esta questão precisamos primeiro entender que verticalizar o acesso dos clientes (beneficiários) não é sinônimo de propriedade. A “verticalização” nesse caso está associada diretamente e conceitualmente a hierarquia assistencial nos seus diferentes segmentos e custo assistencial, para efeitos de análise da sinistralidade. O que sobra para refletir é o quanto a operadora vai ter de custo assistencial em uma ou outra.

Quando a operadora contratualiza um prestador privado, o custo assistencial (gerador do sinistro) estará relacionado ao valor negociado pelo procedimento, e só! Já na rede própria, além do custo direto dos profissionais e equipamentos envolvidos, há ainda o custo indireto administrativo, que se soma e se transforma no custo final gerador do sinistro. Importante registrar que não estamos fazendo defesa de um ou de outro modelo. Estamos resgatando que o que conta no final é o resultado obtido pela Operadora na gestão do custo assistencial.

Ter regras claras de negócios para contratualizar, utilizar o produto e a carteira como base de dimensionamento, reconhecer o perfil epidemiológico da carteira,  conhecer o perfil e a historia do prestador, ter expertise para conhecer os números do mercado, separar com clareza o nível primário, a média e alta complexidade assistencial são fatores básicos de sucesso.

Assim, garantia da cobertura assistencial (ROLL), a eficiência e eficácia, a efetividade dos serviços e combate aos desperdícios, a aderência da medicina, sem a qual rede nenhuma tem eficiência, é a lógica que deveria permear o processo de organização e gestão de redes assistenciais. Afinal nenhuma outra variável além da epidemiológica tem papel mais relevante no resultado das Operadoras de Planos de Saúde.

Norival Silva

Health Advisory

norival@gestaosaude.com

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